A FURG possui Áreas de Preservação Permanentes (APP) e Áreas de Restrição Ambiental (ARA).
ARAs - são um termo técnico e administrativo abrangente ("guarda-chuva") que engloba qualquer porção de território onde o uso, a ocupação ou a construção são limitados ou totalmente proibidos devido a características ecológicas, geológicas ou normas legais. Diferente das APPs, que são uma categoria rígida definida pela lei federal, a ARA inclui não apenas as próprias APPs e Reservas Legais, mas também áreas de risco (como encostas instáveis), áreas alagáveis e zonas de proteção (como dunas) definidas por Planos Diretores municipais, servindo principalmente para alertar em laudos de avaliação e planejamentos urbanos que aquele espaço não possui o mesmo potencial construtivo de uma área comum. A ARA foi criada pela Resolução Consun nº 028/2016 é subdividida em três lotes, totalizando 359.130,48 m2.
APPs - são áreas protegidas pela legislação brasileira (Código Florestal - Lei nº 12.651/2012), cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade. Pense nelas como a "pele" da natureza: áreas sensíveis que, se removidas ou degradadas, expõem o ambiente a riscos graves como erosão, enchentes e secamento de rios. Como Regra Geral considera-se o princípio de Intocabilidade: Diferente da Reserva Legal (onde se pode fazer manejo sustentável), a APP é uma área de proteção rígida. Em regra, não se pode explorar economicamente, desmatar ou construir. As APPs não são definidas pela vontade do dono da terra, mas pela geografia do terreno. Se o rio passa ali, a APP existe ali, automaticamente. Abaixo você encontra mais detalhes das APPs da FURG
A Unidade Carreiros do campus Rio Grande possui três ARAs e cinco APPs:

O Lago dos Biguás, (32º04‟23.59”S e 52º09‟54.62”W), também conhecido como Laguinho do CC, é um ambiente natural, no entanto, devido a modificações em suas margens, por volta de 1988, o formato original deste lago se alterou. O lago ocupa uma área de aproximadamente 1,5 ha, sua profundidade varia de 1m a 2,2m, entre períodos de estiagem e cheia. As margens são colonizadas por diferentes espécies de macrófitas aquáticas, com gramíneas e arbustos, que não oferecem restrição a ação dos ventos, nem a penetração da luz solar. Segundo Albertoni et al. (2007) o lago 6 recebe fontes externas de enriquecimento, principalmente excretas de aves, garças e biguás, que utilizam as ilhas centrais do lago como abrigo. Em períodos de aumento da temperatura, são comuns os crescimentos maciços de cianobactérias, seguidas de mortandade de peixes e outros organismos (Albertoni et. al., 2005; 2007).
O Lago Polegar (32º04‟38.73”S e 52º10‟08.37”W), conhecido por muitos como Laguinho do Seis, foi construído em 2013, ocupa uma área de 1ha e sua profundidade máxima atinge 1,6m em períodos de chuva, já em períodos de forte estiagem o lago fica praticamente seco. As características tróficas deste lago variam de oligotróficas a mesotróficas em períodos de elevação na temperatura (Furlanetto et al., 2008).
O Lago Negro (32º04‟20.74”S e 52º09‟50.96”W) foi escavado em meio a dunas em 1990, ocupa uma área de estimada em 0,5 ha, sua profundidade máxima atinge 2m em períodos de chuva, em períodos de estiagem fica em torno de 1,5m. Suas margens são circundadas por uma plantação de Eucalyptus sp., que sombreiam praticamente toda sua área. Os processos de decomposição das folhas e galhos originam compostos húmicos, que tornam sua água escura. Segundo Albertoni et al. (2005) o pH da água é ácido, a produção primária é baixa, devido à fraca incidência luminosa, por consequência as concentrações de oxigênio dissolvido são reduzidas. As macrófitas aquáticas Azolla filliculoides, cobrem grande parte da superfície deste lago (Trindade, 2008).
O Lago do Centro Esportivo (32º04‟16.52”S e 52º09‟51.73”W) apresenta a configuração atual desde 1990. Suas concentrações de nutrientes e a transparência total da coluna da água são características de um ambiente oligotrófico. Ocupa uma área inferior a 1ha e sua profundidade máxima não ultrapassa 1,8m em períodos de chuva. Suas margens são colonizadas por macrófitas aquáticas enraizadas Nymphoides indica. Situa-se em uma área mais aberta com pouca vegetação em seu entorno. As taxas de produção primária deste lago são mais elevadas nos períodos de primavera e verão, nos meses de outono e inverno os valores de produção diminuem, no entanto, ao longo do ano as taxas se mantêm baixas indicando um estado oligotrófico (Ramos, 2008).
O Lago das Pró-Reitorias (-32.07714386572973, -52.16454318996519) é um corpo hídrico sazonal raso de origem natural, remanescente do sistema de banhados da planície costeira, que se distingue dos demais lagos do Campus Carreiros por apresentar qualidade de água historicamente superior, variando de oligotrófica a mesotrófica devido à menor carga de nutrientes e pressão antropogênica. Localizado em uma área mais reservada e silenciosa, ele funciona como uma bacia de drenagem pluvial com margens preservadas por vegetação de restinga e macrófitas que atuam como filtros biológicos naturais, servindo de refúgio importante para a fauna local e constituindo um ativo ambiental de conservação hídrica menos impactado pela urbanização universitária.
A Unidade Bom Princípio do campus Santo Antônio da Patrulha possui uma APP caracteriza-se por uma extensa área verde de Bioma Mata Atlântica e com relevo suavemente ondulado e solo de alta permeabilidade, essencial para a drenagem natural e recarga de aquíferos da região. Diferente do campus sede, esta área não é dominada por alagados, mas sim por uma matriz de vegetação de campo e fragmentos em regeneração cumprem funções vitais de regulação microclimática, proteção contra erosão e refúgio para a fauna, mantendo uma taxa de ocupação do solo onde a superfície vegetada supera amplamente a área construída impermeabilizada.
